Programação Em Obras – Pedras23-O Canto da Pedra

O Festival Pedras’23, janela aberta do trabalho com pessoas e lugares com a cidade de Lisboa, traz de 3 a 9 de Julho O Canto da Pedra.

Pela primeira vez nestes 18 anos de escuta, caminhadas e poisios, o desenho das viagens não foi sonhado e percorrido desde a casa-cem, coração de Lisboa, rumo às bordas, numa pulsação de “dentro para fora”. Atrevemo-nos a apontar “longe” e vir escorrendo rumo ao centro, experimentando o mergulho de “fora para dentro”. Demorámos na mata de Alvalade e em recantos do bairro, de mansinho, silenciosamente, atentas ao que esta cidade nos quer dizer agora. Partimos de Chelas ao rio atravessando Marvila, Beato, Xabregas… azinhagas, pastores, habitação social, ranchos folclóricos, cabras, gruas e guindastes, acampamentos, sem abrigo, palácios, lixo, cantos a atravessar o ermo, buracos, pontes, grelhas comunitárias, estradas e vias rápidas e caminhos de terra. Estendemo-nos na rua da Prata com a criançada desde o princípio do ano, quando as chuvas abriram o buraco que agora é um grande buraco, e a rua deixou de ter carros… enquanto também vai deixando de ter as casas de comércio que a habitavam há mais de 50 anos… conhecemos casas nascentes na vizinhança entre a Mouraria e a Calçada de Santana… e agora convidamos quem se quiser ajuntar a uma semana ao encontro das Lisboas que Lisboa vai sendo, com criações artísticas, conversas, concertos e bailes, lanches, caminhadas e poisios tudo permeado pelo revigorante estar-para-nada onde os ouvidos se desapertam por paisagens sonoras não-humanas, cantos e canteiros, atentos ao cantar das pedras.

Pedras 23 – O Canto da Pedra

(Para os acontecimentos com transmissão online podem entrar na sala zoom AQUI)

[Programação Em Obras]:

Dia 3 de julho (segunda feira):

– das 10h às 12h: Estarcom bébés e Baileia na Rua da Prata, encontro na Creche da Encosta do Castelo, Beco do Rosendo

– 12h30: Almoço junto à Cafetaria Correio Azul (ao lado dos Correios de Santa Justa)

– 15h30 às 17h30: Leituras em silêncio frente ao Mille Fleurs (Atelier Florista de Filipe Viegas), Rua dos Lagares nº 10

– às 18h30: Dança da Clara Bevilaqua era uma vez o que se via que não existia… na Rua da Prata (junto à Praça da Figueira)

Dia 4 de julho (terça feira):

– 14h30: Encontro à entrada do Mercado de Alvalade, Av. Rio de Janeiro

– 15h às 17h:  Caminhada-Poisio e Conversa na Mata de Alvalade (Parque José Gomes Ferreira) com Álvaro Fonseca e André Barata “Nós, os lugares e as coisas” (subtítulo do livro de André Barata  “Para Viver em Qualquer Mundo”)

– 18h: Re-encontro no Mercado de Alvalade, Av. rio de Janeiro e pequena caminhada para Lançamento do livro Pedras 22-O 1º Festival SonHoro

Dia 5 de julho (quarta feira):

– às 15h de Portugal: Despoluir o amor com Laura Vainer (escrita em sincronicidade, em zoom e em presença) no Café da Sandra (Azinhaga da Salgada, nº 37-39)

 – 16h15 : Começa a descida Caminhada-Poisio (Marvila-Beato-Xabregas, por Azinhaga da Bruxa, Calçada do Grilo), com O Canto do Pastor de Pedro Prazeres

 – 18h: Conversa com Liliana Coutinho “A fala não humana”, nas Escadinhas Dom Gastão frente à Cooperativa de Ensino “Os Pioneiros”. Esta conversa também pode ser acompanhada via zoom.

– 18h: Encontro no Largo de São Domingos para: paragem: passagem de Sofia Ó: Esta é uma peça coreográfica em trânsito, com deslocações feitas em automóvel. Inscreva-se até 4/07 em paragem.passagem@gmail.com (bilhetes gratuitos, sujeito a lotação).

Uma mulher que sempre escapa guia um trajeto pelo que está fora do quadro, pelas costas da cidade, pelos avessos de um bordado de histórias. Ela é feita de bocados das que vieram antes e depois dela: as que amaram e gozaram a vida livre, ainda que só as quisessem vivas porque seus corpos serviam. Ela não se serve do seu corpo, mas o cria a cada gesto. Ela apanha danças como ondas. No ar. Sonhos, segredos, memórias, invenções.

foto: Pedro Ivo Carvalho

– 21h: Dança primeira água de Camila Soares na Estação Fluvial do Terreiro do Paço (atrás do restaurante Anfíbio, junto ao poste vermelho)

conta-me que nunca se escapa de ser quem tu és

conta-me dos possíveis mergulhos a partir do coração

e ri de todas as âncoras que os humanos insistem em lançar

Dia 6 de julho (quinta feira):

– 15h: encontro no Café da Sandra (Azinhaga da Salgada nº 37-39)
Com visualização de filme Amarelo de Coline Gras e Olga Miranda com Saldek

Ao encontro dançante-cinematográfico entre Coline, Olga e o cavalo Saldek nascem criaturas de risos e monstros da linguagem, um corpo castanho, verde, azul e os olhos aconchegados em um, criando facetas aos contornos brilhantes, saindo com pernas cavalgantes. com gargantas tortas e mimos desajeitados. O amor não tem lugar, entre sussurros, ouve-se a dança a bater palmas.

Pam…

Pam pam.

Pam. Padam… Pam

Pam pam… 

– Das 15h30 às 18h: Caminhada-Poisio (Azinhaga da Salgada, Chelas Velha, pelas traseiras do cemitério do Alto de São João, Praça Paiva Couceiro, Avenida General Roçadas, Calçada do Monte, Largo de São Domingos) com aparições do Canto do Pastor de Pedro Prazeres

– 18h : Encontro no Largo de São Domingos para: paragem: passagem de Sofia Ó: Esta é uma peça coreográfica em trânsito, com deslocações feitas em automóvel. Inscreva-se até 4/07 em paragem.passagem@gmail.com (bilhetes gratuitos, sujeito a lotação).

Uma mulher que sempre escapa guia um trajeto pelo que está fora do quadro, pelas costas da cidade, pelos avessos de um bordado de histórias. Ela é feita de bocados das que vieram antes e depois dela: as que amaram e gozaram a vida livre, ainda que só as quisessem vivas porque seus corpos serviam. Ela não se serve do seu corpo, mas o cria a cada gesto. Ela apanha danças como ondas. No ar. Sonhos, segredos, memórias, invenções.

foto: Pedro Ivo Carvalho

Dia 7 de julho (sexta feira):

– 14h: Encontro no café da Teresa (“Pastelaria Zenha”) junto à estação de metro Belavista e sai pelas 14h15 para a Caminhada-Poisio com aparições do Guilherme Allain e indícios da Visita Desguiada com Histórias que Não Foram Bem Assim

– 15h15: Grelhados no carvão no Bairro do Vale Fundão, rumo ao apeadeiro de Marvila

– 15h45 (horário de Portugal): Ainda no Bairro do Vale Fundão Despoluir o Amor com Laura Vainer (convite em sincronicidade à escuta da playlist que vem sendo criada, em zoom e em presença)

– 17h30: segue a Caminhada-Poisio rumo ao apeadeiro de Marvila-Azinhaga dos Alfinetes, Quinta das Pintoras, Azinhaga da Bruxa rumo à rua da Margem com aparições de Guilherme Allain e indícios da Visita Desguiada com Histórias que Não Foram Bem Assim

– 19h às 21h: estar para nada com petiscos na Rua da Margem, Beato

– 22h: MOVE – Mariana Lemos (dança) convida os músicos João Valinho, Yedo Gibson, Felipe Zenicola na casa c.e.m, Rua dos Fanqueiros 150

Dia 8 de julho (sábado):

– 16h30: CRIAR CORPO CRIAR CIDADE – Projeção do filme Migrantas en Reconquista (35′) e conversa com Natalia Gavazzo e Ana Estevens Rua do Vale de Santo António, Nº 90 – R/C (filme) e conversa nas Escadinhas Bairro América. Esta conversa também pode ser acompanhada via zoom.

Migrantas en Reconquista es una recopilación de imágenes e ideas registradas entre 2019 y 2022 en el marco de un proyecto de investigación-acción financiado por el International Development Research Council (IDRC) y la Universidad Nacional de San Martin (UNSAM). Este proyecto buscó entender los vínculos entre cambio climático, género y migración a partir del conocimiento y fortalecimiento de las estrategias socioambientales de las mujeres migrantes que habitan los 13 barrios ubicados en el “fondo” del Municipio de San Martin en el Gran Buenos Aires, a orillas del Rio Reconquista y a pasos del basural mas grande del pais, el CEAMSE. A partir del relato de sus historias, las migrantas explican los problemas que enfrentan y describen las tareas de cuidados comunitarios que encaran a diario, pero sobre todo explican los saberes que han aprendido y desplegado para garantizar la subsistencia de esta población que vive entre la degradación ambiental, la segregación urbana y las luchas por el acceso a derechos. Además de registros y entrevistas en distintas acciones realizadas por sus organizaciones en territorio, se muestran actividades y producciones generadas desde el proyecto y se recogen reflexiones ocurridas en el marco de la diplomatura que -desde una pedagogía crítica- ofició como cierre en 2022.  Alli, todas -migrantas e investigadoras- sentipensamos juntas respecto de las potencias de sus distintos saberes (locales, ancestrales, de las mujeres, de las cuidadoras, de la experiencia, del reciclado, de la confección textil, de la cocina y del trabajo, entre tantos otros no reconocidos) y sobre todo buscamos su necesaria vinculación con -y valorización desde- el conocimiento científico producido en espacios académicos. Y en esta sinergia, descubrimos que el arte (su producción colectiva, entre mujeres, con afecto y compromiso) es una herramienta privilegiada para generar conocimientos más adecuados a las realidades que quereamos explicar y transformadores de las desigualdades que se intersectan en la vida de las mujeres migrantes de las periferias urbanas del Sur como el Area Reconquista.

* Esta sessão do CRIAR CORPO CRIAR CIDADE, integrada no Pedras 23 | O canto da Pedra, conta com o apoio do CICS.NOVA, Faculdade de Ciencias Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

– 18h: Concerto de Raul Misturada nas Escadinhas Bairro América

– 20h: Concerto PEDRO JULIO com Pedro Domingos e Julio Angelini, na entrada da casa c.e.m (Rua dos Fanqueiros, nº 150)

– no trânsito para o Piquenique: convite entre trânsito de Olga Miranda

– 21h: Jantarinho Piquenique na entrada da casa c.e.m, rua dos Rua dos Fanqueiros, nº 150. Tragam comidinhas!

Dia 9 de julho (domingo):

– 17h: Dança de Marta Fandiño, Un solo en dia de sol después de la hora de la siesta nas escadinhas da Travessa Gaspar Trigo

Busca reposo al sol

No hay nada, parece que fue producto de nuestra imaginación

El bebé que continúa sin poder parar

Delante de un stop, con fuerza bajo el brazo

Cortar

Y pegar

– 18h : PERFOpaisagem comEsTibel FILME-CONCERTO 50 Min. Com Alban Hall e Alex Campos na AH! Mural Sonoro, Calçada de Santana, 169 R/C

A documentação em vídeo e áudio chega ordeñada da “demora” num centro de arte rural. A dehesa, uma das paisagens de Extremadura onde reinam as azinheiras. Do estar com animais e plantas, no Centro de Arte e Permacultura Raíces Nómadas, chegam os frutos trazidos em leite, imagem, som, cao … camadas de criação do quotidiano … aterrando e criando uma ponte com a realidade urbana de Lisboa. A palavra paisagem tem infinito número de camadas para escutar. Nesta proposta exploramos com musica e video numa instalacao sensorial, reading the landscape, multilayer landscapes, connecting different lands and landscapes. A paisagem como livro que se escuta … Comestivel.

– 20h : Bailão com Chalo Correia e Dj Lucky (ponto de encontro: frente à Mural Sonoro, Calçada de Santana, 169 R/C)